Por meio do regime tributário, a empresa passa a conhecer os impostos que devem ser pagos para se manter na regularidade. Sendo assim, aprender como calcular o Lucro Real é uma das funções principais do empreendimento que se enquadra neste regime.
Ao conhecer mais sobre as opções de regimes tributários para sua empresa, é possível planejar o pagamento dos impostos de forma inteligente, que beneficie o empreendimento e as finanças.
Existem 2 tipos de regimes tributários: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Cada um deles possui requisitos diferentes para o enquadramento das empresas e também para o pagamento dos tributos.
Leia também “Empresas Optantes pelo Simples Nacional: Guia Completo” para aprender mais sobre o Simples Nacional.
Neste post, você vai aprender mais sobre as regras e particularidades do regime tributário, além de descobrir como calcular o Lucro Real. Descubra se a sua empresa se encaixa nesta modalidade e quais são as vantagens e desvantagens que ela oferece.
O que é Lucro Real
A verdade é que o Lucro Real é considerado um dos regimes tributários mais complexos do país. Entretanto, nós vamos te mostrar que não é tão difícil assim entender como calcular o Lucro Real.
Basicamente, o Lucro Real utiliza o lucro líquido do empreendimento como base de cálculo para os impostos que serão pagos durante o ano calendário referente aos ganhos, como o cálculo da contribuição do IRPJ e da CSLL.
A maior parte das grandes empresas é adepta ao Lucro Real, já que os requisitos são mais abrangentes do que os outros regimes de tributação.
A grande missão do Lucro Real como regime tributário é garantir que a empresa pague tributos proporcionais aos ganhos que gera, o que é muito justo e até benéfico para os empreendimentos.
Quais empresas devem optar pelo Lucro Real
De acordo com as normas estabelecidas, se encaixam no regime tributário de Lucro Real as empresas que faturam mais de 78 milhões de reais anualmente.
Sendo assim, são empreendimentos que não cabem dentro dos requisitos estabelecidos pelo Lucro Presumido ou Simples Nacional.
Entretanto, além do estabelecimento da receita bruta anual mínima, o Lucro Real também possui como requisito algumas áreas específicas de empreendimento que devem ser colocadas sob o regime, independente da receita.
Por exemplo, instituições financeiras, como bancos, empresas de seguros e cooperativas de crédito, devem integrar o regime Lucro Real, mesmo se não possuírem receita anual igual ou maior que 78 milhões de reais.
Além disso, empresa que possuem lucros provenientes do exterior e até mesmo empreendimentos que possuem benefícios fiscais, principalmente em relação à isenção ou redução de pagamento, devem ser adeptos ao Lucro Real.
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Escrituração básica do Lucro Real
As escriturações e obrigações acessórias relacionadas a como calcular o Lucro Real dizem respeito a atividades que a empresa deve realizar e documentos que precisa apresentar para se manter na legalidade dentro do regime tributário.
Sendo assim, é obrigatório que a empresa esteja em dia com a escrituração básica do Lucro Real. Basicamente, isso significa documentar importantes operações da rotina da empresa, principalmente as transações financeiras nacionais e internacionais.
Fazem parte das obrigações acessórias do Lucro Real, os seguintes documentos: Livro Diário; Livro Razão; Livro de Inventário; Livro de Apuração do Lucro Real; Livro para Registros de Entradas e Livro de Registros Contábeis.
Caso a empresa não apresente os documentos, ela pode ser penalizada com multas e, em casos mais graves, a paralisação da atividade do empreendimento. Sendo assim, é preciso manter um planejamento tributário efetivo.
Período de apuração
O período de apuração analisado para realizar os cálculos e fiscalizações do Lucro Real é de um ano. Sendo assim, é preciso apresentar os documentos e realizar os pagamentos apenas uma vez por ano.
A base de cálculo é utilizada após a adição e subtração de valores determinados pela lei, sendo assim, é importante manter um gerenciamento das finanças organizado durante o ano todo para facilitar o cálculo final.
Além disso, é interessante contar com a ajuda de um especialista da contabilidade para ordenar os registros e os cálculos. Mesmo que a empresa não conte com um profissional deste na equipe, é recomendado buscar um por fora para solucionar possíveis dúvidas.
Vantagens do Lucro Real
Por mais que aderir ao regime e entender como calcular o Lucro Real nem sempre seja uma opção para o empreendedor, é interessante conhecer os pontos positivos e negativos para fazer a escolha do regime ou entender melhor como lidar com seus impostos.
Primeiramente, a vantagem mais expressiva do Lucro Real é que ele gera impostos justos em relação aos ganhos da empresa, já que os pagamentos são calculados de forma especializada com a receita anual do empreendimento.
Além disso, existe a variação entre a apuração trimestral ou anual. Na apuração trimestral, os impostos são calculados sobre a receita gerada em três meses. Por outro lado, a apuração anual considera os valores de um ano inteiro.
É uma alternativa interessante que pode ajudar a adaptar o Lucro Real ao gerenciamento das suas finanças de forma mais benéfica.
Desvantagens do Lucro Real
É claro que nem tudo são flores, sendo assim, como qualquer outro regime tributário, o Lucro Real também possui as suas desvantagens. É importante conhecê-las para planejar a melhor forma de remediar os pontos fracos e evitar imprevistos.
Primeiramente, é importante ressaltar que a gestão dos documentos é um pouco burocrática, mas essencial para entender como calcular o Lucro Real. Como dissemos anteriormente, existem diversas obrigações acessórias que precisam ser cumpridas para que a empresa se mantenha em dia.
Esse processo precisa ser planejado cuidadosamente e colocado em prática de forma efetiva e prática, para garantir que todas as informações importantes sejam registradas precisamente.
Sendo assim, é importante manter um controle rigoroso sobre os documentos e transações relacionados ao regime tributário.
Lucros distribuídos
Principalmente quando o empreendimento possui sócios, é importante buscar por informações sobre a distribuição de lucros, de acordo com o regime de tributação escolhido.
Sendo assim, após o desconto dos valores investidos e tributos, o valor restante na receita do empreendimento deve ser compartilhado entre os sócios do empreendimento.
A participação de cada sócio e porcentagem de lucro recebido são informações estabelecidas no próprio contrato do parceiro. Com isso, a porcentagem determinada é calculada de acordo com o valor que é destinado para a distribuição de lucros.
Para que a pessoa jurídica receba os valores de lucro, é preciso que esteja em dia com os órgãos municipais, estaduais e Federal. Além disso, é essencial declarar os valores recebidos para se manter na legalidade.
Cálculo de alíquotas do Lucro Real
Como mencionamos anteriormente, as alíquotas de cada tributo são calculadas sobre a receita anual ou trimestral do empreendimento.
Cada imposto cobra uma porcentagem sobre a empresa, e nem sempre o valor é fixo. Sendo assim, é essencial conhecer as particularidades de cada tributo, especialmente para planejar o orçamento do empreendimento e o planejamento tributário.
Entenda como calcular o Lucro Real e todos os impostos que serão cobrados sobre o faturamento da sua empresa.
– PIS e COFINS
Nas regras de como calcular o Lucro Real, o PIS e o COFINS podem sofrer descontos e reduções oferecidos pelo regime, sendo assim, é possível que podem beneficiar alguns empreendimentos, especialmente os que possuem altas despesas.
O PIS segue a alíquota de 1,65%, enquanto o COFINS cobre 7, 6% sobre a receita do empreendimento.
Em comparação com outros regimes tributários, as alíquotas são mais altas. Entretanto, o grande atrativo do Lucro Real é a possibilidade de redução nos valores, de acordo com as regras do regime de tributação.
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– Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)
O IRPJ é calculado sobre a apuração trimestral do empreendimento, ou seja, a alíquota é calculada sobre o lucro gerado dentro do período de três meses.
De acordo com o regulamento, é cobrado um total de 15% sobre o lucro trimestral do empreendimento. Entretanto, a alíquota pode mudar para 25% se a empresa gerar lucros que sejam iguais ou maiores ao valor de R$20.000,00.
As datas de fechamento dos trimestres usados para calcular o IRPJ são: 31 de março. 30 de junho, 30 de setembro e, por fim, 31 de dezembro.
Nesta modalidade, é interessante que a empresa mantenha um fluxo de ganhos estável, especialmente para não pagar um IRPJ alto demais sem estar preparada para encaixar o valor no orçamento da empresa.
– Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL)
No caso das empresas que se enquadram no Lucro Real, o CSLL segue uma alíquota de 9% sobre os lucros trimestrais, assim como o IRPJ.
Como o cálculo é feito trimestralmente, são utilizadas as mesmas datas de fechamento que o IRPJ. Sendo assim, os pagamentos de ambos tributos costumam ser calculados juntos, já que o mesmo valor é utilizado como base.
O atraso no pagamento do CSLL pode causar a cobrança de altas multas para o empreendimento. Desta forma, é essencial priorizar o pagamento do tributo no planejamento tributário e financeiro da empresa.
O que é Lucro Presumido
Assim como o Lucro Real, o Lucro Presumido é um regime tributário em que algumas empresas são enquadradas.
Para ser classificada no regime de tributação, a empresa deve faturar menos que R$78 milhões anualmente, além de não fazer parte de nenhuma atividade específica que mencionamos no Lucro Real.
Ao invés de fazer o cálculo sobre os lucros do empreendimento, o Lucro Presumido segue uma tabela em que cada ramo de atividade possui uma alíquota determinada, e ela será cobrada independente do faturamento da empresa.
Sendo assim, é importante definir a sua área de atuação e conhecer a alíquota que vai incidir sobre ela para basear o seu planejamento tributário com o Lucro Presumido.
Vantagens do Lucro Presumido
Em comparação a forma estabelecida de como calcular o Lucro Real, o regime tributário Lucro Presumido se apresenta de forma mais simples, já que as alíquotas são fixas e, em muitos casos, menores.
Além disso, o Lucro Presumido não exige tantas obrigações acessórias quanto o Lucro Real, o que torna toda a fiscalização do processo mais simples para a equipe de contabilidade.
Sendo assim, de forma geral, o Lucro Presumido requer processos mais simples para ser mantido no empreendimento. Entretanto, o regime tributário também possui suas desvantagens, principalmente em comparação ao Lucro Real.
Desvantagens do Lucro Presumido
Por um lado, as alíquotas fixas de acordo com a atividade da empresa podem ser benéficas e práticas. Porém, se a sua empresa fatura menos do que o estimado para seu ramo de atuação, é provável que você estará pagando impostos mais altos.
Sendo assim, é bem provável que, neste caso, o empreendedor pagaria muito menos no Lucro Real, já que os impostos são calculados sobre o verdadeiro faturamento da empresa.
Entretanto, por mais que as alíquotas sejam menores, no Lucro Presumido não há a possibilidade de abater créditos fiscais na base de cálculo. O Lucro Real oferece essa possibilidade, por mais que cobre impostos mais altos.
Sendo assim, é preciso analisar ambos os regimes e entender qual deles se adapta melhor ao orçamento e rotina da sua empresa.
Quais empresas devem optar pelo Lucro Presumido
Como mencionamos anteriormente, as empresas que se enquadram no Lucro Presumido são aquelas que faturam um total igual ou menor ao valor de R$ 78 milhões por ano.
Caso a empresa ainda não tenha fechado um ano de faturamento, ela pode se encaixar no regime tributário caso fature um total igual ou menor que R$ 6,5 milhões por mês que já foi fechado.
Ao contrário do Lucro Real, o Lucro Presumido não é obrigatório para ramos de atuação específicos, sendo assim, ele é mais abrangente e pode ser escolhido por uma variedade maior de empreendimentos.
Cálculo de alíquotas do Lucro Presumido
Como mencionamos anteriormente, as alíquotas do Lucro Presumido são estabelecidas de acordo com o ramo de atuação das empresas, independente do faturamento trimestral ou anual do empreendimento.
Entenda como funcionam as alíquotas do Lucro Presumido e como as áreas de atuação das empresas são categorizadas neste regime tributário:
- Revenda de combustíveis e gás natural: 1,6%;
- Transporte de cargas: 8%;
- Atividades imobiliárias: 8%;
- Industrialização para terceiros com recebimento do material: 8%;
- Demais atividades não especificadas que não sejam prestação de serviço: 8%;
- Transporte que não seja de cargas e serviços em geral: 16%;
- Serviços profissionais que exijam formação técnica ou acadêmica: 32%;
- Intermediação de negócios: 32%;
- Administração de bens móveis ou imóveis: 32%;
- Construção civil e serviços em geral: 32%.
Sendo assim, as alíquotas mencionadas acima são cobradas sobre o faturamento do empreendimento. Após a aplicação dessa alíquota, o valor que é tido como resultado é o que é utilizado para a aplicação das alíquotas do IRPJ e CSLL.
Enquanto o IRPJ cobra 15% sobre o valor, o CSLL desconta 9%. Os impostos são cobrados trimestralmente, assim como no Lucro Real.
Quais as diferenças entre Lucro Real e Lucro Presumido
A grande diferença entre como calcular o Lucro Real e o Presumido é a forma como eles cobram os impostos sobre a empresa.
Enquanto o Lucro Presumido trabalha com valores fixos por área de atuação, o Lucro Real é calculado de forma mais personalizada, de acordo com o faturamento da empresa.
No Lucro Presumido, caso a empresa fature menos do que é estimado para o ramo de atuação, ela acabará pagando impostos mais altos do que pagaria no Lucro Real, o que pode prejudicar o orçamento da empresa.
Por mais que ambos possuam diferenças consideráveis, é importante lembrar que ambos regimes possuem o objetivo de facilitar o planejamento tributário, ajudando o empreendedor a se manter em dia com o fisco.
Qual deles escolher
Caso a sua empresa se enquadre no Lucro Presumido e no Lucro Real, você terá a possibilidade de optar um dos dois regimes, entretanto, é preciso levar algumas questões em consideração.
A forma determinada de como calcular o Lucro Real pode ser benéfica para empreendimentos que não possuem uma margem de lucro esperada pelo Lucro Presumido, já que com o Lucro Real podem pagar impostos mais adequados aos lucros que geram.
Entretanto, o Lucro Presumido apresenta processos e obrigações acessórias mais simples do que o Lucro Real, de forma que pode tornar a rotina da equipe um pouco mais prática e simplificada.
Sendo assim, é essencial conhecer os lados positivos e negativos de ambos regimes para entender qual deles está mais alinhado com os processos de organização do seu empreendimento.
Como controlar as finanças do seu negócio
O controle e gerenciamento das finanças é essencial para estabelecer as direções do empreendimento e garantir que o dinheiro seja investido em pontos que tragam crescimento e inovação à empresa.
Sendo assim, é preciso promover um gerenciamento financeiro organizado, efetivo e preciso para garantir o sucesso do seu empreendimento.
A melhor forma de realizar a missão, é apostar em um programa de gestão financeira. Por meio de um software, você pode automatizar processos e reunir todas as informações financeiras do empreendimento em um único local, facilitando análises e relatórios.
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Conclusão
Por fim, é possível perceber que, tanto o Lucro Real quanto o Presumido, são regimes tributários que buscam simplificar a rotina do empreendedor e ajudá-lo a entender melhor como funciona a fiscalização das empresas.
Com eles, é possível prever e ordenar os impostos que devem ser pagos para manter o empreendimento dentro da legalidade.
Agora que você entende como calcular o Lucro Real, o que você acha que pode fazer para melhorar o planejamento tributário do seu empreendimento? Compartilhe suas dúvidas e opiniões nos comentários abaixo.
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